Ponto pra Mafalda e um beijo pra todo mundo. Até 2010!
(ST)


Giorgia e Giulia moram no Arraial d'Ajuda, entre Porto Seguro e Trancoso, na Bahia, e conheceram a bruxa Creuza há pouco tempo, durante uma visita da tia-jornalista Rosaly Senra, que levou os livros e também um questionário-entrevista, que a Giorgia respondeu tintim por tintim (clique em cima pra ampliar), incluindo um pedido especial.
 A propósito, aí vai um recado da bruxa: sobre o feitiço pra transformar uma pessoa "chata" em sapo, bom, a Creuza vai pensar no assunto -- não é toda hora que a gente pode sair por aí fazendo esse tipo de coisa, e talvez ela encontre um jeito menos radical de resolver o problema com a diretora da escola... Aguarde notícias, Giorgia! Enquanto a solução não chega, vamos treinando outras mágicas -- amanhã é um ótimo dia pra isso: as feiticeiras estarão circulando por todos os cantos. A Creuza já está na vassoura, prontinha pra decolar, levando até a câmera pra registrar os melhores momentos da festa. Eu também vou passear, até terça-feira!


A gente abre uma caixinha e dá de cara com essas três meninas e um manual de instruções da brincadeira, que diz: "quando você tiver um problema, fale com a sua boneca". Essa antiga tradição do Vietnã ensina a tirar a boneca-confidente da caixa e contar tudo pra ela, antes de dormir. Durante a noite, enquanto a gente descansa, ela vai tentar resolver a questão. E como são só três bonecas, é permitido ter no máximo três problemas por dia. 

Depois de conhecer Fernando de Noronha, Ilha de Páscoa, Canárias e muitos outros pedaços de terra cercados de água por todos os lados, minha querida amiga Lucia Herrera inventou um blog-álbum-temático, o Mundo das Ilhas, pra registrar as impressões e as imagens que ela traz de todas essas viagens. O aristogatinho-ilhado da foto vive em Reykjavik, capital da gelada Islândia que, segundo ela, é paradisíaca de um outro jeito, com uma paisagem lunar, glaciares, geisers, praias de areia escura, vulcões e muitas histórias. 
Nunca tinha reparado nessa "Serpente Marinha" que o escultor recifense Francisco Brennand mergulhou no jardim do Sesc Pinheiros. Minha foto não ficou grande coisa, mas o bicho é muito simpático, não tem pinta de monstro e, o melhor, faz a gente lembrar que dá pra ser feliz em qualquer lugar -- quem disse que serpente marinha só se dá bem vivendo no mar? 
 Outro dia fiquei um tempão observando essa moça-estátua que faz sua performance na av. Paulista, na frente do Conjunto Nacional. Ela tem um controle impressionante: fica estática, durinha, não dá pra notar nem a respiração. De vez em quando até bate um ventinho na saia dela, mas nada se mexe no rosto, nas mãos, na postura. Longos minutos assim, estátua mesmo. 
Ela "acorda" quando alguém coloca uma moeda na latinha. Daí a estátua espreguiça e agradece com uma mímica cheia de graça. Mas isso às vezes demora um tempão: a maioria das pessoas passa sem prestar atenção, e também tem muita gente que vê mas não dá a menor bola. E ela lá, firme.
Parece que ela só não é invisível pros pequenos. Nem todos têm chance de entrar na brincadeira, porque a mãe ou o pai segue andando, indiferente ao pescoço que a criança continua entortando até sumir na esquina. Mas todos os que passaram enquanto fiquei por lá olharam pra ela. Valeu esperar pra ver essa menininha: foi ela quem virou estátua quando a moça abaixou pra dar um presente tirado de um saquinho.    

Pra não deixar nenhuma dúvida sobre o presente de aniversário que gostaria de ganhar, meu sobrinho Manoel fez um desenho caprichado do superheroi (ou monstro, não sei bem) e ainda escreveu tintim por tintim tudo o que eu preciso saber pra não comprar errado, coisa que já aconteceu mais de uma vez... Não é sensacional?    

Levei um susto quando vi meu livro novo no site da Cultura. A editora ainda nem mandou os dez exemplares de praxe, só unzinho, que não canso de folhear, encantada com as ilustrações da Mariana Newlands e com a paginação da Vanessa Sawada, da editora Globo -- que sorte poder trabalhar com gente tão talentosa!

Sou canhota e talvez isso explique porque minha letra nunca foi redondinha. Na escola, por mais que eu tentasse caprichar, meus cadernos não ficavam bonitos como os das outras meninas. Bem que eu tentava, mas depois das primeiras páginas entregava os pontos, desanimada com aqueles garranchos. Com os anos, percebi que o visual da minha escrita ficava até interessante quando cedia à sua natureza -- a do caos total. De certa forma, isso me liberou pra escrever pensando e grifando, riscando, fazendo círculos, asteriscos, flechas, sinais de todo tipo. Mas o resultado visual é lastimável. Mais ainda quando escrevo com pressa, tentando registrar o que passa pela cabeça ou a fala de alguém. Nos meus tempos de repórter, sofria pra decifrar o que eu mesma tinha anotado no bloquinho. Estava tudo lá, só que praticamente ilegível. Por conta disso, virei especialista em desvendar minha própria letra e a de qualquer pessoa -- não tenho nenhuma dificuldade com receitas médicas, por exemplo. Ainda assim, continuo me esforçando: nos primeiros dias do ano, a agenda Moleskine sempre é um primor, mas logo perco a cerimônia e os rabiscos invadem as páginas antes de fevereiro. É por isso que, quando ganho um caderno especial como esse "Idea Book", recheado de ilustrações do Andy Warhol, simplesmente não tenho coragem de usar -- tenho a impressão de que se escrever ao lado dessa página linda, os insetos vão se revoltar. E com razão. 
Sempre que entrego um texto pra editora fico fazendo figas pra dar tudo certo com as ilustrações -- quando isso acontece, as imagens trazem novos sentidos, somam ideias e o livro fica redondo. É por isso que tenho uma certa inveja de quem ilustra e escreve, como minha querida amiga May Shuravel: é uma delícia acompanhar texto e ilustrações conversando como amigos íntimos no "Bruno Sem Sono". E por falar em amizade, adorei a estante do Bruno, com tantas histórias que eu gosto -- até os fantasmas assombrosos da Carla Caruso e a bruxa Creuza estão lá!