21 de dez. de 2013

Quase

Olho pela janela e o sábado me dá bom dia em tom de domingo, quase num sussurro, como se não quisesse atrapalhar o silêncio das coisas: a escola fechada, a praça vazia, ninguém à espera do ônibus no ponto -- pelas ruas quietas do bairro, 2013 aproveita pra sossegar, saboreando o torpor de uma espécie de estado de vigília. Sabe que ainda acordará algumas vezes, sobresssaltado, nos congestionamentos dos shoppings, nas filas dos supermercados e nas avenidas barulhentas com suas árvores festeiras que teimam em passar a noite em claro.
Mas, aqui e ali, o ano já cochila, prestes a cair num sono profundo.

Até já!

12 de dez. de 2013

Olé!

O "Psssssssssssssiu!", ops, "Shhhhhhhhhhhhh!" acaba de sair no México com o selo Conaculta -- Consejo Nacional para la Cultura y las Artes. De-lí-cia.

10 de dez. de 2013

Voltando


Meses atrás -- março, pra ser exata -- viemos morar num pequeno apartamento que batizei de "LP", a saber: lar provisório. A princípio, seriam seis meses, mas quem já reformou uma casa sabe muito bem que as previsões astrológicas são mais certeiras do que as que envolvem uma obra. Assim, cá estamos, nove meses depois, esperando o ano novo com a promessa de voltar logo à nossa velha casa nova. Enquanto isso, rego um dos vasos que plantei aqui, ansiosa pela primeira floração da dama-da-noite e quando vejo o quanto a planta se enredou na pequena varanda, quase sinto o perfume adocicado da saudade que virá -- saudade de tudo que se tornou tão familiar, como se fosse permanente, neste nosso lugar provisório.

4 de dez. de 2013

Calma

Às vezes, ela entra pelos olhos, aproveitando o momento em que eles param pra acompanhar um desfile de nuvens no céu ou então grudam num livro, esquecidos de outras paisagens, encantados pelas palavras. Também acontece de ela entrar pelo nariz e se esparramar, espaçosa, preenchendo todos os cantos com ar de férias -- um ar sem pressa, mais cheio de ar. Quando ela chega, o giro dos pensamentos entra em câmera lenta, o peito alarga e o coração espreguiça, batendo no compasso de uma felicidade quieta, que se anuncia sem disparos.
Calma é assim: uma música silenciosa que muda o ritmo de tudo dentro da gente.

2 de dez. de 2013

O mistério do tempo

É verdade que dezembro anda cada vez mais apressado: no comecinho de outubro, já começa a se anunciar em forma de panetone no supermercado. Mas, e novembro, onde foi parar?