30 de out. de 2009

As novas amigas da Creuza

Giorgia e Giulia moram no Arraial d'Ajuda, entre Porto Seguro e Trancoso, na Bahia, e conheceram a bruxa Creuza há pouco tempo, durante uma visita da tia-jornalista Rosaly Senra, que levou os livros e também um questionário-entrevista, que a Giorgia respondeu tintim por tintim (clique em cima pra ampliar), incluindo um pedido especial. A propósito, aí vai um recado da bruxa: sobre o feitiço pra transformar uma pessoa "chata" em sapo, bom, a Creuza vai pensar no assunto -- não é toda hora que a gente pode sair por aí fazendo esse tipo de coisa, e talvez ela encontre um jeito menos radical de resolver o problema com a diretora da escola... Aguarde notícias, Giorgia! Enquanto a solução não chega, vamos treinando outras mágicas -- amanhã é um ótimo dia pra isso: as feiticeiras estarão circulando por todos os cantos. A Creuza já está na vassoura, prontinha pra decolar, levando até a câmera pra registrar os melhores momentos da festa. Eu também vou passear, até terça-feira!


(ST)

28 de out. de 2009

Ausência


Longe é um lugar onde eu ainda não posso ir.

Fica depois do fim do mar, atrás de umas montanhas muito altas que vão até o céu do cartão postal.

Não sei bem como meu pai chegou lá.
Uma vez minha mãe disse que foi de navio.
Mas outro dia perguntei de novo, e ela falou que foi de avião.

Fiquei pensando: acho que primeiro ele viajou de navio e depois tomou um avião.
De tão longe que Longe deve ser.

...
Trecho de "Longe", ilustrado por Mariana Newlands.

(ST)

26 de out. de 2009

Meninas...


-- Eu não vou mais brincar com você.
-- Por que?
-- Porque você disse pra Ju que eu acho ela chata.
-- Eu não disse!
-- Disse, sim!
-- Quem disse que eu disse?
-- A Lu. E agora ela é a minha melhor amiga.
-- Mas ela é amiga da Ju!
-- E daí?
-- Daí que você disse que ela era chata!
-- Eu disse que "achava". Não acho mais.

A foto linda veio do blog da Rosane Queiroz, e essa conversa eu ouvi um dia desses, entre duas garotinhas de uns cinco anos. Depois disso, cada uma foi prum lado, emburrada, tristes de jeitos diferentes. Quem já foi menina um dia sabe como é duro ficar de mal pra sempre, mesmo que seja só por uns dias.

(ST)

23 de out. de 2009

21 de out. de 2009

Catapora e poesia


"Lição de Casa" é um dos finalistas do Prêmio Internacional Poesia ao Vídeo da Fliporto 2009, um trabalho lindo da Analu Andrigueti com uma equipe pra lá de talentosa: Fernando Muylaert (direção), Emiliano Castro (trilha sonora), Andre Caccia Bava (gravação), Eduardo Muylaert e Helô Mello (fotografia).

(ST)

20 de out. de 2009

Bonecas do Vietnã

A gente abre uma caixinha e dá de cara com essas três meninas e um manual de instruções da brincadeira, que diz: "quando você tiver um problema, fale com a sua boneca". Essa antiga tradição do Vietnã ensina a tirar a boneca-confidente da caixa e contar tudo pra ela, antes de dormir. Durante a noite, enquanto a gente descansa, ela vai tentar resolver a questão. E como são só três bonecas, é permitido ter no máximo três problemas por dia.
Depois de posar pra foto, as bonecas voltaram pra caixinha e o presente da querida Claudia Berkhout foi direto pro meu criado-mudo. Tenho uns assuntos pra conversar com elas, mas achei que não precisava ser logo na primeira noite. Já é bem bom saber que elas que elas sempre vão estar por perto.

(ST)

19 de out. de 2009

16 de out. de 2009

Sobre as nuvens

Às vezes eu vejo os pensamentos. E não tem nada a ver com adivinhação! Isso é pra quem tem aqueles dons especiais. Ou também acontece quando a gente conhece alguém muuuuuuuuito bem. É assim com a minha mãe: tem horas que só de olhar já sei que ela vai me mandar tomar banho, por exemplo.
Mas aí é outra coisa. Estou falando de ver o pensamento sendo pensado. A gente consegue enxergar uma espécie de nuvem que vai aparecendo, geralmente no alto da cabeça da pessoa. Nessa hora, tem gente que olha pra cima e fica revirando os olhos, tentando descobrir o que tem lá dentro. Também tem uns que mordem a boca, bem no cantinho -- daí os olhos disfarçam, fingindo que estão olhando pra outra coisa e que não tem nuvem nenhuma ali. Mas ela está lá e fica perturbando. Não desmancha enquanto a pessoa não der atenção.
Quando o pensamento é triste, os olhos descem, quase fecham. Claro que a pessoa não quer ver! Mas com esse tipo eu ainda me confundo porque o pensamento preocupado também é meio assim, olhando pra baixo. Só que nesse a pessoa sempre pisca mais porque a nuvem pesa, fica incomodando.
É muito legal ver o pensamento-vulcão se formando. Esse tipo de nuvem até embaça o ar de tão quente que é. Se a pessoa fica vermelha, o pensamento é de raiva. Mas quando o rosto acende, é porque lá dentro tem alguma ideia muito boa.
Quando o pensamento é muito interessante ou preocupante, a nuvem cresce e a pessoa não presta atenção em mais nada. Todo mundo já viu gente assim, com a “a cabeça nas nuvens”, é ou não é?
De vez em quando também vejo umas nuvens pretas. Não sei o que tem dentro, nem gosto de olhar muito.
Ver todas essas nuvens é legal, mas não não ver nada também é, porque pensamento gostoso quase nunca forma nuvem. Daí a cabeça tá sempre limpinha que nem céu azul.
...
Andei mexendo em textos antigos, como esse, de 2007. Mudei uns issos e aquilos. É o mesmo, mas ficou diferente.

(ST)

14 de out. de 2009

Técnica da paixão


Meu filho se apaixonou por Estudos Sociais na 8ª série. Mudou de escola, mas o interesse pelo assunto foi junto e continua crescendo. Vira e mexe, vai visitar o professor-cupido, o jovem Uirá Fernandes, da Escola Vera Cruz. Torço pra que ele cruze com muitos outros mestres inspiradores e inesquecíveis pois, como bem disse Adélia Prado, "quem não teve um professor com quem se emocionar, não teve um professor". Lembrei disso por causa do dia do professor, mas também por conta de uma pergunta que me fizeram na segunda-feira, sobre "técnicas" pra fazer com que as crianças gostem de ler. Não soube dar uma resposta-manual: é claro que um bom professor tem que dominar sua matéria e certamente passa melhor o conhecimento quando é didático. Mas só os apaixonados dominam a "técnica" de flechar corações. Não é assim?

(ST)

13 de out. de 2009

Rebelde com causa


Hoje isso parece um absurdo, e é mesmo. Mas quando entrei na escola todo mundo tinha que aprender a escrever com a mão direita. Dona Julia era doce, mas exigente: fez de tudo pra me enquadrar. Eu bem que tentei, mas a caneta acabou ficando mesmo na mão esquerda.

(ST)

9 de out. de 2009

Em boa companhia

A jornalista Inês de Castro conversou sobre livros e o Dia das Crianças comigo, Tatiana Belinky, Rubens Alves e Ilan Brenman -- as entrevistas vão entrar na programação da BandNews FM neste sábado, domingo e segunda-feira.
E no dia 12, que agora também é o Dia Nacional da Leitura, eu e Maria Amália Camargo vamos participar de um encontro na Biblioteca Infantil Monteiro Lobato. Pra saber tudo o que vai acontecer lá, clique aqui.

(ST)

7 de out. de 2009

Mãe

A fivela-pente, o anel de pérola
O bloquinho de notas com a letra dela
Uma foto-binóculo, o lenço de rendinha
Quanta saudade cabe numa caixinha

(ST)

6 de out. de 2009

Adolescentes de manhã

"Minha vida mudou depois que descobri que os vikings não usavam chapéu com chifres... Como o professor diz isso assim, de repente?!?"
...
Às vezes é uma dureza acordar cedinho, mas ganho o dia quando um dos adolescentes que levo pra escola entra no carro e começa a conversa desse jeito. 

(ST)

5 de out. de 2009

Meus 15 minutos de fama

Acabo de ver o "Como Começa" na lista do "mais vendidos" da Livraria da Vila.
De-lí-cia.

(ST)

Era uma vez já

Mãe, conta uma história!
agoragoragoragora

Começa logo, não demora
agoragoragoragora

Senão eu durmo na melhor hora...
agoragoragoragora

(ST)

1 de out. de 2009

Nós e as ilhas

Depois de conhecer Fernando de Noronha, Ilha de Páscoa, Canárias e muitos outros pedaços de terra cercados de água por todos os lados, minha querida amiga Lucia Herrera inventou um blog-álbum-temático, o Mundo das Ilhas, pra registrar as impressões e as imagens que ela traz de todas essas viagens. O aristogatinho-ilhado da foto vive em Reykjavik, capital da gelada Islândia que, segundo ela, é paradisíaca de um outro jeito, com uma paisagem lunar, glaciares, geisers, praias de areia escura, vulcões e muitas histórias.
A da jovem ilha Surtsey, que nasceu da erupção de um desses vulcões há pouco mais de 40 anos, me fez ficar pensando: às vezes a gente também ferve, entra em erupção e depois vira ilha. Só por um tempo, mas vira, não é assim?

(ST)