27 de fev. de 2010
26 de fev. de 2010
A batalha
A fila serpenteia pela parede rumo ao alvo, um microfarelo de bolo, esquecido sobre a toalha. Desta vez, decido não interromper a missão e fico observando o ataque maciço, a velocidade e a organização com que o exército se dirige ao objetivo.
Devem ter um faro incrível, a distância entre a janela por onde entram e a mesa é grande. O trajeto é cheio de obstáculos, mas complico um pouco mais, colocando um pano no meio do caminho. Fico impressionada com a agilidade: sem perder o ritmo, a comandante da fila desvia por uma rota alternativa. A maioria entende a tática e segue atrás, obstinada. Só duas ou três, abobalhadas ou inexperientes, não sei, ficam pra trás. Giram em círculos, aflitas, perdidas. Chego bem perto pra ver melhor: são tão pequeninas, uns riscos fininhos, carregados de eletricidade. Assim, sozinhas, parecem tão frágeis que, por um instante, vacilo. Lembro de uma amiga contando que tinha uma formiga de estimação quando era pequena, mas logo me dou conta de que aqueles tracinhos talvez nem sejam formigas, ou são formigas mutantes, sei lá, são esquisitas e nojentas. Acabo com elas sem piedade e volto a mirar o pelotão que, agora, já está quase fincando a bandeira sobre o montinho de bolo. Enquanto preparo minha munição, observo a euforia de algumas, já desfrutando do gosto da vitória. E então arremesso meu avião de papel e venço a batalha. Será que um dia elas desistem de invadir a terra dos gigantes?
(ST)
Devem ter um faro incrível, a distância entre a janela por onde entram e a mesa é grande. O trajeto é cheio de obstáculos, mas complico um pouco mais, colocando um pano no meio do caminho. Fico impressionada com a agilidade: sem perder o ritmo, a comandante da fila desvia por uma rota alternativa. A maioria entende a tática e segue atrás, obstinada. Só duas ou três, abobalhadas ou inexperientes, não sei, ficam pra trás. Giram em círculos, aflitas, perdidas. Chego bem perto pra ver melhor: são tão pequeninas, uns riscos fininhos, carregados de eletricidade. Assim, sozinhas, parecem tão frágeis que, por um instante, vacilo. Lembro de uma amiga contando que tinha uma formiga de estimação quando era pequena, mas logo me dou conta de que aqueles tracinhos talvez nem sejam formigas, ou são formigas mutantes, sei lá, são esquisitas e nojentas. Acabo com elas sem piedade e volto a mirar o pelotão que, agora, já está quase fincando a bandeira sobre o montinho de bolo. Enquanto preparo minha munição, observo a euforia de algumas, já desfrutando do gosto da vitória. E então arremesso meu avião de papel e venço a batalha. Será que um dia elas desistem de invadir a terra dos gigantes?
(ST)
25 de fev. de 2010
Os pontos da prova -- um miniconto
Todas as respostas na ponta da língua, menos uma.
E o ponto de interrogação ficou mordendo a ponta do lápis.
(ST)
E o ponto de interrogação ficou mordendo a ponta do lápis.
(ST)
24 de fev. de 2010
Boa notícia
O "Mistério do Tempo" foi incluído no catálogo organizado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) para a 47º Bologna Children's Fair 2010. De-lí-cia.
(ST)
23 de fev. de 2010
22 de fev. de 2010
Hoje
19 de fev. de 2010
O leitor
Oito ou nove anos. Moreno, bem bonito. Sentado no chão num canto da livraria. Fiquei curiosa, cheguei mais perto, fazendo de conta que procurava alguma coisa. Ele não se mexeu, nem desviou os olhos. Fui para o café e sentei num lugar estratégico só pra ficar olhando de longe, através da porta de vidro, aquele menino encostado na estante, um menino dentro de um livro.
(ST)
(ST)
18 de fev. de 2010
17 de fev. de 2010
12 de fev. de 2010
Notícia do dia
Acabei de saber que a minha querida amiga May Shuravel foi a vencedora do Prêmio João-de-Barro na categoria infantil com o seu "Guiomar e Dagoberto". Parabéns, May!
10 de fev. de 2010
A árvore
Tudo ia bem enquanto ela crescia, lindona, ereta e altiva, enfeitando a vista da janela da minha cozinha. Até que, um dia, ela se curvou. Pode ser a idade, os anos pesam mesmo pra todo mundo. O problema é que ela entortou desse jeito e agora vive olhando aqui pra dentro, cara enfiada no vidro, xeretando tudo o que a gente faz. É chato. E também um pouco assustador. Quando venta forte, ela bate sem fazer cerimônia. Quer entrar, isso já ficou claro, e acho que vai acabar conseguindo se eu não tomar uma providência. Não é só medo do vidro quebrar no meio da noite. É que a árvore ficou com um aspecto estranho. Não consegui uma boa pose de frente por causa da claridade, mas ela tem uma carinha. E tem antenas. Parece que fica rastreando tudo o que acontece aqui, desliza pra lá e pra cá, arranha o vidro pra se impor, saliente. É como aquelas pessoas que não têm desconfiômetro: só podando mesmo.
(ST)
9 de fev. de 2010
Ficção fresquinha
Com esse calor danado
As ideias pedem ar condicionado:
"Era uma vez o castelo encantado
Perto de um lago congelado
Com neve por todo lado"
...
As ideias pedem ar condicionado:
"Era uma vez o castelo encantado
Perto de um lago congelado
Com neve por todo lado"
...
8 de fev. de 2010
5 de fev. de 2010
Ensaio
Bichos, de novo, agora na instalação da artista francesa Céleste Boursier-Mougenot (via Desculpe a Poeira).
4 de fev. de 2010
Entrevista
Conversei com a jornalista Rosaly Senra no programa Universo Literário, da Rádio UFMG Educativa. Pra ouvir, é só clicar aqui.
3 de fev. de 2010
Peter Pan
Os bonobos são pacíficos e amorosos. Tão dóceis que os cientistas acabaram apelidando essa turma de "macacos hippies". Crescem e continuam brincando, diferente dos primos- chimpanzés, que vão ficando mal humorados e briguentos. Parece que, de certo modo, os bonobos nunca se tornam adultos, diz um novo estudo, publicado hoje, na Folha.
(ST)
(ST)
2 de fev. de 2010
1 de fev. de 2010
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