É verdade que a conversa era chata. Bem chata. Mas eu não conseguia pensar num jeito de sair dali sem parecer indelicada. Era uma daquelas situações em que a gente tem que dar um tempo, fingir algum interesse fazendo uma ou outra perguntinha antes de finalmente poder se despedir, lamentando pela falta de tempo e tal. E lá estava eu, dando o melhor de mim, quando bato os olhos nessa figura: sentado no sofá do meu lado, aparentemente conformado de ter que pagar aquele mico, meu filho rabiscava esse torpedo-SOS. Não sei se foi a expressão angustiada do personagem ou o toque urgente e ligeiramente ameaçador do ponto de exclamação que me fez levantar sem dar chance de ser convidada pra mais um cafezinho. Foi meio abrupto, mas acho que a pessoa nem notou. Continuou falando e falando -- ai, que pena, mas já? -- e tudo bem. Ela estava ótima, nós é que não aguentávamos mais.
Guardei o papelzinho e até hoje, quando percebo que estou virando refém de uma dessas conversas chatas, lembro do desenho. É o meu sinal pra dizer "fui".
(ST)
5 comentários:
que nada, silvana! a sua crônica ficou bastante agradável. poderia ter escrito até mais um pouquinho...
felicidades!
Oi Sil,
Nada mais desconcertante para a gente que um pedido de filho, se for desenhado desse jeito, aí que o coração de manteiga derrete (a propósito daquele post de dias atrás) e a gente atende rapidinho.
Beijos.
Patricia
Espero que o desenho não tenha sido lembrado durante a nossa entrevista.
oi, Ana
De jeito nenhum! Você e sua equipe me deixaram super à vontade. Só não sei se também foi bom pra vocês, rs.
beijos!
tentei votar em seu lindinho blog duas vezes, mas dá "data not accepted" :((
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