18 de mar. de 2009

As namoradas do meu pai

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A Clô era intragável. Uma mulher irritante! Foi antipatia à primeira vista. É verdade que eu também não tinha me entusiasmado com a Dorinha, a namorada pré-Clô. Mas era completamente diferente, porque a Dorinha não era má, só era muito chata. Acontece que ela puxava o saco, mas tanto, que acabava dando na cara que era tudo falso. Acho que, na cabeça dela, esse era "o" jeito de conquistar meu pai, sei lá. Lembro que, no dia em que ela me conheceu, foi logo dizendo: "Ai, Julinho --- imagina, não tem nada a ver chamar meu pai de Julinho --definitivamente não combina!--, eu adoro crianças, como ela é fofa!". E eu ali, tendo que ouvir aquilo e me sentindo a própria minipoodle de lacinho no topete! A boboca da Dorinha despertou mesmo o meu instinto animal: cada vez que ela aparecia com presentinhos, miminhos e lembrancinhas meigas, eu sentia uma vontade quase incontrolável de morder a canelinha dela. No final, nem a vó Sonia conseguia disfarçar o enjôo da Dorinha e seus inhos, os bolinhos, os chocolatinhos, tudo muito fofinho. Claro que meu pai também não agüentou muito tempo.

Em breve, pela Girafinha.

(Silvana Tavano)

Um comentário:

La Maison d'Ávila disse...

Adorei...acho que, hoje em dia, quase todas as crianças vão se identificar...quase todas já tiveram uma "Dorinha"..na vida..hahaha
Super beijos
Regina.