As primeiras idéias para a história de um dragão problemático, o Aguão, não eram nada originais. Além dos nomes dos personagens -- Bafão, Chamita, senhor Flamejante e dona Labareda, entre outros --, e de uma ou outra cena mais interessante, achei, honestamente, que o enredo não tinha muito futuro. Mas, curiosamente, foi essa falta de perspectiva que acabou "esquentando" a trama: sem saber como terminar a aventura (até então bem sem graça) do protagonista, escrevi três finais e convidei os leitores a escolherem o mais bacana: um fêcho que justificasse todo aquele blablablá. E o melhor dos três foi... o quarto! Apesar do empate técnico entre o final 1 e o final 3 (até que a figura do dragão-bombeiro fez um certo sucesso), não tenho dúvida que um 4º final -- melhor chamar de 1A?-- é o melhor.
Liliane, por exemplo, concorda comigo no primeiro final: nenhum dragão que se preze (inclusive Aguão, com sua porção líquida extra) deixaria a floresta queimar só porque arrumou um emprego. Mesmo um emprego com crachá e tal. Então é claro que, ao ser convidado pela família para voltar a viver na caverna, ele não aceita, "pois agora já conquistou novas fronteiras e sendo exatamente quem é!", nas palavras de Liliane. Mas, como boa criatura mítica, Aguão fica de bem com a família. Volta às origens sempre que sente saudade ou quando é preciso apagar um incêndio, mas não abre mão de sua independência. E com bafos úmidos de pura generosidade, vive convidando os pais, irmãos e tios para visitá-lo. Edificante, exemplar.
Na conclusão de Carla, Aguão daria, sim, um pulo até a floresta -- claro que ele não se recusaria a ajudar a família e a turma toda. Mas, depois de resolver o problema do incêndio, o dragão azul seguiria seu caminho. Sua vida agora, ele sabia, era em outro lugar, longe dali. Um dia, Aguão cruza com uma draga de gênio forte, esquentadíssima, e logo sente arder o fogo da paixão. Ao seu lado (Carla: como poderia ser o nome dela?), Aguão inaugura uma nova comunidade, gerando dragões de variadas temperaturas, cores e chamas. Inspirador!
Agradeço aos leitores e leitoras do blog pela participação pra lá de criativa, e continuo aceitando outras sugestões, não só para o final, mas também para o começo e o meio da saga de Aguão. Muito melhor do que a história que, na minha opinião, continua sem salvação, foi o exercício de escrever em equipe. Prometo repetir a dose em breve, com um tema mais empolgante.
(Silvana Tavano)
5 comentários:
Silvana,
está ficando muito divertida a história. Vamos lá...
A dragoa poderia se chamar:
Fogarela: fogo + tagarela
Dragulha: dragoa + fagulha
Dragareda: dragoa + labareda
Soleima: sol + queima
Fogoa: Fogo + dragoa
Pensei nesses... pode escolher.
Um beijo, Carla
Fogarela é uma belezinha, faz a gente pensar em Barbarela, tem charme, personalidade...
Mas Fogoa é quase "fogosa"! Não é genial? Uma draga (ou dragoa?) fogosa? Além disso, "Fogoa" lembra "garoa", tem o clima ideal para um dragão que gosta de umidade.
E o nome é curtinho, combina com o dele: Aguão e Fogoa.
Voto nesse.
Olá, Sivana
Também gostei de Aguão e Fogoa.Combina descombinando, água-macho e fogo-mulher(fogo-mulher por conta do peixe-mulher, fêmea do peixe-boi...).
Adorei o poeminha bissexto, que só pude ler hoje.
beijo
May
Sim,
Fogoa, então...
o que acontecerá nos próximos capítulos?
bj,
Carla
Carla,
você bem que podia prosseguir com a saga -- o que acha?
"... Durante a viagem de núpcias (na Terra do Fogo?), Fogoa e Aguão levam um grande susto...".
?
Um beijo!
Postar um comentário