Na casa da minha vó tinha uma mesa-bailarina que vivia na pontinha dos pés. Ela era loira e ficava sempre sozinha, meio triste, num canto escuro do quartinho de cima, o asilo dos móveis velhinhos onde minha vó guardava um monte de coisas encantadas. Era dia de festa pra ela e pra mim quando a gente se encontrava. Às vezes, a visita era rápida, minha mãe estava com pressa e nem dava tempo de conversar. Mas a conversa não fazia falta. A gente gostava mesmo era de rodopiar pela sala e até no quintal, seis pernas fininhas e cumpridas ensaiando um grande espetáculo.
(Silvana Tavano)
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