11 de jul. de 2011

Frescor

As palavras precisam fazer ginástica. Sem exercício, elas também enferrujam, perdem a força e o ritmo; o fôlego e a resistência. Vão ficando cada vez menos flexíveis, sem musculatura e, pior: preguiçosas. Como já não têm energia pra se articular em novas posições, acabam ocupando os lugares de sempre, sem ânimo pra tentar um salto surpreendente nem disposição pra se aventurar por uma caminhada mais longa e, claro, sem a menor condição de encarar uma maratona. Com o tempo, endurecem, como se estivessem engessadas, e muitas vezes engordam de forma deselegante, cedendo à tentação de se empanturrar com adjetivos doces demais. Só o treino constante mantém as palavras na sua melhor forma: enxutas, arejadas e com um frescor de coisa viva.  

(ST)  

3 comentários:

Caleidoscópio disse...

Bem verdade=)

Fabíola disse...

E haja fôlego, haja ginástica, haja corrida, haja pique! Precisa muita inspiração - e transpiração - para deixar as palavras bonitas assim...

Fernanda disse...

amo suas poesias Silvana

beijos e boa semana
Fer