Às vezes começo colocando um sofá e tapetes na sala. De vez em quando, os primeiros móveis vão direto para o quarto, e é lá que fico morando um tempão, esquecida dos outros espaços da casa.
Habitar um novo texto: cada vez acontece de um jeito, mas uma história só termina quando a casa está completa, com roupas dentro do armário, cheiro de bolo na cozinha, portarretratos e objetos espalhando lembranças por todos os cantos.
Enquanto moro nesse lugar, muitas vezes mudo a decoração, hospedo pessoas que vão e vem, aprendo a conviver com quem vai ficando. No final, quase sempre é difícil abandonar essa morada – tudo em volta já se tornou querido e familiar demais. A hora de ir embora sempre é um pouco triste, mas não só: também fico feliz vendo a casa finalmente pronta pra receber visitas.
Enquanto moro nesse lugar, muitas vezes mudo a decoração, hospedo pessoas que vão e vem, aprendo a conviver com quem vai ficando. No final, quase sempre é difícil abandonar essa morada – tudo em volta já se tornou querido e familiar demais. A hora de ir embora sempre é um pouco triste, mas não só: também fico feliz vendo a casa finalmente pronta pra receber visitas.
Depois disso, passo um tempo perambulando pela cidade, me atrevo por bairros desconhecidos, descubro ruas simpáticas e, em algum momento, me interesso por outro endereço. Nos primeiros dias, estranho os barulhos da vizinhança, a cara do jornaleiro, a distância até a padaria. Mesmo assim, decido ficar porque, depois de pintar as paredes de branco e passear sem pressa pelos ambientes ainda vazios, sinto o perfume de uma história novinha em folha misturado ao cheiro da tinta fresca.
Um comentário:
Silvana... a escrita como território. O seu é quente, aconchegante. Me senti em casa. um beijo, querida.
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