31 de mar. de 2008
Mentiras sinceras
(a boneca Emília, em "Memórias da Emília", de Monteiro Lobato)
27 de mar. de 2008
Poesia na ordem do dia
A poesia infantil também é tema de vários artigos da segunda edição do Tigre Albino: é de lá que transcrevo o poema de José Paulo Paes, um "Convite", como o próprio nome diz, para que leitores de qualquer idade experimentem essa brincadeira:
Poesia
é brincar com as palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
vamos brincar de poesia?
Choque de realidade
25 de mar. de 2008
Quem não leu "Marcelo, Marmelo, Martelo"?
24 de mar. de 2008
Uma coisa puxa a outra
"... O Robson disse que eu tenho cara de anjo, e que isso ajuda a vender chiclete. Sei não. Não vejo muito a minha cara. Lá em casa tem que subir no banquinho pra ver minha cara no espelhinho da pia... E agora nem dá mais porque o espelho tá rachado. A mãe até reclamou esses dias. Acho que vou comprar um novo pra mãe. Vi lá na barraca no Cleiton. Tem com a volta cor de laranja e tem azul também. Achei o laranja mais alegre. E é maior, acho que vai dar pra ver minha cara inteira nele. Quem sabe hoje eu vendo bastante chiclete e compro aquele espelho pra mãe..."
(Silvana Tavano)
23 de mar. de 2008
Boa idéia
(Do escritor e ilustrador Nelson Cruz, na Revista da Folha de hoje)
21 de mar. de 2008
Doce imaginação
Bom de ver nesses dias recheados de chocolate: Gene Wilder é Willy Wonka na primeira versão de "A Fantástica Fábrica de Chocolate" (1971).
20 de mar. de 2008
Oba, revistas novas!
(Silvana Tavano)
Na casa da Emília
19 de mar. de 2008
Pra não dizer que não falei de coelhos...
"A Extraordinária Jornada de Edward Tulane" (Martins Fontes) foi um dos livros que li por indicação da Paula, uma menina encantadora, estudante do colégio Santo Inácio, com quem fiquei conversando um tempão sobre livros na Livraria da Vila. Não é difícil adivinhar o que vai acontecer e como termina a jornada heróica e transformadora do coelho de porcelana, mas o texto da americana Kate DiCamillo (traduzido por Luzia Aparecida dos Santos) é delicado, emociona na medida e dá o recado sem escorregar na pieguice. As lindas ilustrações de Bagram Ibatoulline seguem o mesmo tom. Fiquei com vontade de ler "O Tigre", da mesma autora. Alguém já leu?
(Silvana Tavano)
18 de mar. de 2008
Quem lê melhor?
Estamos muitas casas atrás. Bem antes de avaliar e pesquisar quem é o leitor mais competente, precisamos formar leitores competentes. Por aqui, meninas e meninos compartilham dos mesmos problemas: falta de professores, pouco tempo na escola e altíssimas taxas de evasão escolar. As conclusões saíram de um outro estudo global recente, o "Educação para Todos", monitorado pela Unesco. Lá estamos, como outros países em desenvolvimento, associados ao vergonhoso índice que diz: até 40% dos alunos não atingem um padrão de educação mínimo em alfabetização e matemática.
(Silvana Tavano)
17 de mar. de 2008
Inspiração
14 de mar. de 2008
13 de mar. de 2008
Balaio de gatos (final)
Acrescento o falso Gato Félix que apareceu no Sítio do Picapau Amarelo dizendo ser tetraneto do Gato de Botas. O desenho ao lado é de 1928, mas foi só alguns anos depois, quando escreveu "Reinações de Narizinho", que Monteiro Lobato inventou esse sósia impostor: 'Um gato à-toa de roça", como bem definiu o sempre arguto Visconde de Sabugosa.
(ST)
12 de mar. de 2008
Temperamento felino (2)
(ST)
11 de mar. de 2008
Balaio de gatos (3)
... e o gato William, que ajuda o garoto Peter a entender o mundo do ponto e vista dos felinos.
(ST)
10 de mar. de 2008
Machado em (muitos) quadrinhos
Um ano antes, o personagem de Machado de Assis também aparecia na coleção Literatura Brasileira em Quadrinhos, editada pela Escala Educacional (abaixo).
Agora, na novíssima versão em quadrinhos lançada pela Ibep, a ironia do mestre Machado ganha a interpretação gráfica do cartunista pernambucano Lailson de Holanda Cavalcanti.
(ST)
9 de mar. de 2008
Balaio de gatos (2)
E corrijo, em tempo, outra falha do post anterior: Alves e Araci, os gatos da bruxa Creuza.
(Silvana Tavano)
7 de mar. de 2008
Boa notícia
Há alguns dias, soube que pelo menos uma das quatro bibliotecas públicas condenadas pelo prefeito Kassab tinha chances de escapar do fechamento. A informação veio do professor Edmir Perrotti, da USP, que liderou o abaixo-assinado publicado neste e em muitos outros endereços da blogsfera, como o do meu colega Ricardo Soares. A notícia ferveu, gerando polêmica e reações fortes, nem sempre de indignação. Pois é, há quem ache que, já que não há público, o melhor a fazer é fechar -- melhor do que checar os motivos dessa falta de público (não seria o abandono a que tais espaços estão relegados?) e, num segundo momento, investir. Sim, reformar, promover, agitar, inventar e atrair... público.
De qualquer jeito, a polêmica sempre é positiva: nesse caso, acabou criando um eco que as autoridades não puderam deixar de ouvir. E, ao que parece, nenhuma das quatro bibliotecas será fechada. Esse foi o tema do escritor Ignácio de Loyola Brandão no Caderno 2 de hoje: "Semana passada, por 24 horas, o prefeito Gilberto Kassab perdeu meu voto e meu provável apoio... O assunto do fechamento de bibliotecas foi o tema da reunião da Academia Paulista de Letras, com indignação geral e a aprovação de uma carta de protesto ao prefeito. Logo depois, soubemos. Kassab, que vem de uma família de boa linhagem intelectual, afinal seu pai foi diretor de uma das melhores escolas desta cidade, o Liceu Pasteur, revogou o decreto. Descancelou. Parece que as bibliotecas continuarão. Um homem que volta atrás tem dignidade, mostra integridade. Gostaríamos que ele não só não fechasse nada, como abrisse mais bibliotecas. Que destine verbas e contrate pessoal. Que monte um projeto de modernização que avance no setor. Vejo pela cidade empresas responsáveis pela conservação de praças. Por que não conseguir empresas que se responsabilizem pela conservação de bibliotecas?".
(ST)
6 de mar. de 2008
Temperamento felino
5 de mar. de 2008
Música, maestro!
Ele nasceu em 5 de março de 1889 e continua inspirando o mundo com sua música. No dia do aniversário do maestro Heitor Villa-Lobos, navegue pelo seu museu e ouça trechos de suas composições: A Maré Encheu vibra no tom do folclore infantil.
(Silvana Tavano)
4 de mar. de 2008
Livro animado
"Galope!" (ed. Sextante) é um livro para criança que está aprendendo a ler. Texto curto, rápido, fácil de entender. Mas o mais bacana dessa publicação não são as breves histórias que contém. É que o livro traz uma novidade encantadora, inclusive para os mais maduros (*). Ele é animado. Conforme vira a página, o leitor é surpreendido por imagens em movimento. O cavalo galopa, o cachorro corre, o pássaro voa e a tartaruga nada. O autor, o americano Rufus Butler Seder, inventou o sistema "scanimation" -- um processo maluco de produção, já que o livro tem que ser montado manualmente. Essa tecnologia encantou uma editora americana e agora chega às livrarias brasileiras. Vale a pena dar uma olhada nesse livro, que traz a magia explícita do hábito de ler.
(*) Sobre os "leitores mais maduros": além dos filhos, Caio, de 12 anos, e Lilla, de 8, desconfio que a própria Fernanda se divertiu muito com o livro...
(ST)
3 de mar. de 2008
Aguão: o fim, enfim!
Liliane, por exemplo, concorda comigo no primeiro final: nenhum dragão que se preze (inclusive Aguão, com sua porção líquida extra) deixaria a floresta queimar só porque arrumou um emprego. Mesmo um emprego com crachá e tal. Então é claro que, ao ser convidado pela família para voltar a viver na caverna, ele não aceita, "pois agora já conquistou novas fronteiras e sendo exatamente quem é!", nas palavras de Liliane. Mas, como boa criatura mítica, Aguão fica de bem com a família. Volta às origens sempre que sente saudade ou quando é preciso apagar um incêndio, mas não abre mão de sua independência. E com bafos úmidos de pura generosidade, vive convidando os pais, irmãos e tios para visitá-lo. Edificante, exemplar.
Na conclusão de Carla, Aguão daria, sim, um pulo até a floresta -- claro que ele não se recusaria a ajudar a família e a turma toda. Mas, depois de resolver o problema do incêndio, o dragão azul seguiria seu caminho. Sua vida agora, ele sabia, era em outro lugar, longe dali. Um dia, Aguão cruza com uma draga de gênio forte, esquentadíssima, e logo sente arder o fogo da paixão. Ao seu lado (Carla: como poderia ser o nome dela?), Aguão inaugura uma nova comunidade, gerando dragões de variadas temperaturas, cores e chamas. Inspirador!
Agradeço aos leitores e leitoras do blog pela participação pra lá de criativa, e continuo aceitando outras sugestões, não só para o final, mas também para o começo e o meio da saga de Aguão. Muito melhor do que a história que, na minha opinião, continua sem salvação, foi o exercício de escrever em equipe. Prometo repetir a dose em breve, com um tema mais empolgante.
(Silvana Tavano)