
(a boneca Emília, em "Memórias da Emília", de Monteiro Lobato)
Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
vamos brincar de poesia?
(Silvana Tavano)
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Há alguns dias, soube que pelo menos uma das quatro bibliotecas públicas condenadas pelo prefeito Kassab tinha chances de escapar do fechamento. A informação veio do professor Edmir Perrotti, da USP, que liderou o abaixo-assinado publicado neste e em muitos outros endereços da blogsfera, como o do meu colega Ricardo Soares. A notícia ferveu, gerando polêmica e reações fortes, nem sempre de indignação. Pois é, há quem ache que, já que não há público, o melhor a fazer é fechar -- melhor do que checar os motivos dessa falta de público (não seria o abandono a que tais espaços estão relegados?) e, num segundo momento, investir. Sim, reformar, promover, agitar, inventar e atrair... público.
De qualquer jeito, a polêmica sempre é positiva: nesse caso, acabou criando um eco que as autoridades não puderam deixar de ouvir. E, ao que parece, nenhuma das quatro bibliotecas será fechada. Esse foi o tema do escritor Ignácio de Loyola Brandão no Caderno 2 de hoje: "Semana passada, por 24 horas, o prefeito Gilberto Kassab perdeu meu voto e meu provável apoio... O assunto do fechamento de bibliotecas foi o tema da reunião da Academia Paulista de Letras, com indignação geral e a aprovação de uma carta de protesto ao prefeito. Logo depois, soubemos. Kassab, que vem de uma família de boa linhagem intelectual, afinal seu pai foi diretor de uma das melhores escolas desta cidade, o Liceu Pasteur, revogou o decreto. Descancelou. Parece que as bibliotecas continuarão. Um homem que volta atrás tem dignidade, mostra integridade. Gostaríamos que ele não só não fechasse nada, como abrisse mais bibliotecas. Que destine verbas e contrate pessoal. Que monte um projeto de modernização que avance no setor. Vejo pela cidade empresas responsáveis pela conservação de praças. Por que não conseguir empresas que se responsabilizem pela conservação de bibliotecas?".
(ST)
"Galope!" (ed. Sextante) é um livro para criança que está aprendendo a ler. Texto curto, rápido, fácil de entender. Mas o mais bacana dessa publicação não são as breves histórias que contém. É que o livro traz uma novidade encantadora, inclusive para os mais maduros (*). Ele é animado. Conforme vira a página, o leitor é surpreendido por imagens em movimento. O cavalo galopa, o cachorro corre, o pássaro voa e a tartaruga nada. O autor, o americano Rufus Butler Seder, inventou o sistema "scanimation" -- um processo maluco de produção, já que o livro tem que ser montado manualmente. Essa tecnologia encantou uma editora americana e agora chega às livrarias brasileiras. Vale a pena dar uma olhada nesse livro, que traz a magia explícita do hábito de ler.
(*) Sobre os "leitores mais maduros": além dos filhos, Caio, de 12 anos, e Lilla, de 8, desconfio que a própria Fernanda se divertiu muito com o livro...
(ST)