De tanto girar em volta do Sol,
A Terra vai ficando cansaaaaaaaaaaaaaaaada
E a cada dia que passa
Perde um tempinho nessa sua jornada.
São seis horas por ano: uma vez, duas e três,
Até que no ano quatro a soma das horas chega a 24!
Vejá só o que tanto atraso fez:
em vez de 365 dias, o quarto ano tem 366!
Quem não sabe, que fique sabendo:
o tal dia a mais sempre é o 29 de fevereiro.
E é só no ano bissexto que
esse mês fica assim, "quase" inteiro.
Silvana Tavano
29 de fev. de 2008
Limeriques da Tatiana

Suave tal qual puro azeite —
Na bela Cocanha
O povo se banha
Em rios de mel e de leite.
Agora, responda ligeiro,
Não leve um dia inteiro
Para decidir
Se quer residir
Naquele país, tão maneiro!
Em "Limeriques da Cocanha" (Companhia das Letrinhas), a escritora Tatiana Belinky conta a história dessa terra encantada, "que enfeitiça e atrai pela santa preguiça". O lançamento será amanhã, a partir das 15h, na Livraria da Vila
(ST)
28 de fev. de 2008
Ingleses elegem os clássicos mais pops

(Silvana Tavano)
27 de fev. de 2008
Efemérides

O livro que voltou para minha estante é uma edição primorosa da CosacNaify para a história que Machado escreveu em 1896 -- história que, segundo muitos estudiosos, retrata situações vividas pelo próprio autor nos seus tempos de estudante. As
ilustrações, maravilhosas, são do premiado Nelson Cruz, e o texto obviamente dispensa comentários:

"Naquele dia -- uma segunda-feira, do mês de maio -- deixei-me estar alguns instantes na rua da Princesa a ver onde iria brincar a manhã... Morro ou campo? Tal era o problema. De repente disse comigo que o melhor era a escola." O garoto Pilar, protagonista da história, pondera que essa é decisão acertada, pois já fizera dois "suetos", isto é, tinha cabulado duas aulas, como explica o glossário que traduz essa e outras expressões do texto original.
(ST)
26 de fev. de 2008
E o Oscar foi para...
... "Peter & The Wolf", dirigido por Suzie Templeton e Hugh Welchman. Quem já viu a animação da Disney, de 1946, vai se surpreender com essa releitura bem menos açucarada do clássico "Pedro e o Lobo", de Sergei Prokofiev. O curta está dividido em três partes -- reserve meia hora para assistir a animação completa.
(ST)
(ST)
25 de fev. de 2008
Um história de amor


(ST)
22 de fev. de 2008
Quem disse que não existe? (2)
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Está lá, na Baviera. Cedinho, num dia de inverno, é assim que o "cisne de pedra" aparece, envolto em brumas e encantamento. Quando viu, Walt Disney não teve a menor dúvida: claro que aquele era o castelo da Cinderela! E alguém duvida? Erguido no alto de uma montanha, com vista para um lindo lago (o Starnberg), o castelo de verdade, o Neuschwanstein, inspirou o da ficção, na Disneyworld, e é uma das atrações turísticas mais fotografadas da Alemanha, conta minha amiga Sandra Boccia, editora de turismo.
(ST)
21 de fev. de 2008
Quem disse que não existe?
O que acontece quando um urso enorme e possivelmente faminto aparece de repente, em meio à neblina, interrompendo a passagem dos huskies?
Se fosse ficção, essa história poderia seguir por caminhos surpreendentes. Mas não só: as cenas registradas por um fotógrafo na Província de Manitoba, no Canadá, retratam um enredo inesperado.
E o título bem que podia ser: "O terrível urso polar que só quer brincar".







(ST)
Se fosse ficção, essa história poderia seguir por caminhos surpreendentes. Mas não só: as cenas registradas por um fotógrafo na Província de Manitoba, no Canadá, retratam um enredo inesperado.
E o título bem que podia ser: "O terrível urso polar que só quer brincar".







(ST)
20 de fev. de 2008
Falta público?
Os números levantados pela reportagem da Folha de São Paulo mostram claramente que a "falta de público" não pode ter sido a causa do fechamento de quatro bibliotecas públicas da cidade.
...A Secretaria Municipal de Cultura alega que não havia demanda para as unidades, mas dados da própria prefeitura mostram que houve uma média de 50 acessos por dia, em cada uma delas, nos primeiros nove meses de 2007.
...Uma unidade, no Alto da Lapa, está fechada há um mês. As outras, duas na Vila Mariana e uma no Tatuapé, irão interromper os empréstimos até o fim do mês. Juntas, tinham acervo de 165 mil livros e somaram 58.842 acessos de janeiro a setembro de 2007.
...A presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia, Regina Céli de Souza, diz que a Unesco preconiza uma biblioteca a cada 3,5 km de área urbana e São Paulo deveria ter 120. "Em vez de modernizar e chamar o público, eles fecham."
(ST)
...A Secretaria Municipal de Cultura alega que não havia demanda para as unidades, mas dados da própria prefeitura mostram que houve uma média de 50 acessos por dia, em cada uma delas, nos primeiros nove meses de 2007.
...Uma unidade, no Alto da Lapa, está fechada há um mês. As outras, duas na Vila Mariana e uma no Tatuapé, irão interromper os empréstimos até o fim do mês. Juntas, tinham acervo de 165 mil livros e somaram 58.842 acessos de janeiro a setembro de 2007.
...A presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia, Regina Céli de Souza, diz que a Unesco preconiza uma biblioteca a cada 3,5 km de área urbana e São Paulo deveria ter 120. "Em vez de modernizar e chamar o público, eles fecham."
(ST)
19 de fev. de 2008
Vamos assinar!
Quando as primeiras fachadas coloridas começaram a aparecer pela cidade -- resultado da reforma imposta pela queda das placas e dos outdoors-- cheguei a sentir uma certa simpatia pelo prefeito de São Paulo. Lamentável é que, a mesma assinatura que endossou o projeto "Cidade Limpa", autorize, agora, a extinção de quatro bibliotecas públicas. Só que, bem diferente do que aconteceu no primeiro caso, o Decreto 49.172/2008 foi celebrado sem nenhum alarde, pouco antes do carnaval. Por "falta de público", as bibliotecas infanto-juvenis Chácara do Castelo, Arnaldo de Magalhães Giácomo, Cecília Meireles e Zalina Rolim serão transformadas em centros de memória, cultura, convívio e que tais. Seus "acervos" serão repartidos e disponibilizados em novos locais -- como se uma biblioteca fosse simplesmente um depósito de livros.
Felizmente, já está circulando na internet um abaixo-assinado liderado pelo professor Edmir Perrotti, da USP, pedindo a revogação do decreto. O Conselho Regional de Bibliotecas de São Paulo decidiu entrar na briga e pretende entregar, no dia 20/2, as listas de nomes. Para aderir, basta entrar no site, colocar nome e sobrenome e clicar em "sign the petition".
(Silvana Tavano)
Felizmente, já está circulando na internet um abaixo-assinado liderado pelo professor Edmir Perrotti, da USP, pedindo a revogação do decreto. O Conselho Regional de Bibliotecas de São Paulo decidiu entrar na briga e pretende entregar, no dia 20/2, as listas de nomes. Para aderir, basta entrar no site, colocar nome e sobrenome e clicar em "sign the petition".
(Silvana Tavano)
18 de fev. de 2008
Lobo desafinado
Assisti essa animação deliciosa no blog do Ricardo Lombardi: péssimo músico, o lobo mau não acerta no tom e sofre um bocado nessa versão-jazz da história dos três porquinhos.
16 de fev. de 2008
Boa notícia
A pesquisa é do confiável Nielsen NetRatings, um verificador de consumo online, e os dados são surpreendentes: o produto mais comprado pela internet é o livro, e os brasileiros -- sim, nós mesmos-- estão entre os cinco maiores consumidores desse item. É verdade que os tais consumidores são a elite da elite do país, gente que, além de saber ler, tem computador e cartão de crédito. Mas, ainda assim, é bom encabeçar um ranking como esses de vez em quando: "Se houvesse um G-8 de internautas livrescos, o Brasil faria parte do grupo", como observa Sérgio Augusto, na sua ótima matéria --"Na internet, quem diria, o livro impresso é o campeão de vendas"-- , publicada no Caderno 2 de hoje.
(ST)
(ST)
Outras delícias do Rio de Janeiro
A imaginação voa com os "Tapetes Contadores de Histórias", em cartaz a partir de hoje e todos os finais de semana na livraria Argumento: aos sábados, a contação acontece na loja de Copacabana (rua Barata Ribeiro, 502, loja A), a partir das 10h; aos domingos, os Tapetes pousam na Argumento do Leblon (rua Dias Ferreira, 417), a partir das 11h.
(ST)
(ST)
15 de fev. de 2008
Para comer com os olhos...

O que é, o que é?
Brócolis-árvores, nuvens de couve-flor, gramado de ervas e montanhas de pão!


Praticamente todos os elementos desses cenários saem da cozinha: fatias de peru defumado e biscoitos tipo grissini criam uma cena alpina, frutas e legumes se transformam em balões coloridos. Com fotos sobrepostas em camadas (como uma lasanha!) o fotógrafo britânico Carl Warner consegue o efeito final de suas foodscapes (cenários feitos de comida).

Nesta foto, batatas e pão preto viram pedras, e o mar é feito com fatias de salmão para dar o clima de pôr do sol na praia. Tem até barquinho de ervilhas...
Tenho minhas dúvidas "estéticas" a respeito, mas não dá pra negar que a idéia é divertida e original. Será que ficaria bacana num livro infantil? Ilustradores, comentem!
(ST)
14 de fev. de 2008
As mais mais

Zenaide não conseguiu disfarçar uma pontinha de inveja
quando a bruxa Creuza apareceu com a revista Crescer.
Também pudera! Em fevereiro, o caderno "Quintal" só fala de
magia e bruxaria -- e, adivinhem quem está na coluna social,
ao lado da poderosa Morgana, do Castelo Rá-Tim-Bum, e da
incrível feiticeira Samantha? Ela mesma, a bruxa Creuza.
E que bela foto de perfil, não acham?
(Silvana Tavano)
12 de fev. de 2008
Minientrevista da semana

Formada em Letras pela PUC, Carla já trabalhou como jornalista e escreveu muitas biografias dirigidas para crianças, recriando a vida de personagens como Aleijadinho, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Cecília Meireles, Oswald de Andrade e Burle Marx, entre outros. Mas quando sai do mundo real e mergulha na ficção, Carla quase sempre passeia pelas duas linguagens -- a do texto e a da ilustração: foi assim com os livros da coleção “Bicho-de-Livro”, que já estão no mercado há 10 anos, e também com "Bichos da praia”, lançado em 2004. Com os seres imaginários do novo livro, Carla experimentou a técnica da colagem e aprimorou o diálogo entre texto e imagem, num exercício que reflete o seu próprio processo de criação.
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Dizem que o fantasma era um anjo
frio e sem razão.
Mas, na púrpura luz daquela casa,
achou sua morada
no calor de um coração.
Como nascem as suas histórias -- a escritora imagina e conta para a ilustradora ou os desenhos surgem antes e inspiram o texto?
Acho que o processo é mais ou menos assim: a partir de um tema, surge a idéia do livro, e logo começo a desenhar. Em geral, são livros de poesia, mas os poemas são escritos depois que finalizo todas as ilustrações. No texto, além do trabalho poético, busco interagir, ampliar e criar novos sentidos para as ilustrações.

A biografia é um texto informativo, mas também existe um aspecto ficcional, já que os acontecimentos da vida dessa personalidade são escolhidos e recontados pelo autor. No livro "A Infância de Tarsila", por exemplo, havia muito material sobre essa fase da vida da artista, que cresceu em uma fazenda no interior de São Paulo. Sua convivência com 40 gatinhos, as brincadeiras na mata e as histórias que a menina ouvia abriram possibilidades muito interessantes para a construção de uma narrativa direcionada às crianças. Já não foi tão simples no caso da biografia do Aleijadinho. Além de não contar com nenhum registro sobre a sua infância, foi difícil encontrar informações sobre o cotidiano das crianças no Brasil daquela época. Nesse livro, o texto se apoia no contexto histórico, narrando a busca de ouro e pedras preciosas, descrevendo as festas, a cultura negra, a arte e os conflitos da sociedade em que o artista viveu.
(ST)
11 de fev. de 2008
Extraordinário
Para começar bem a semana, um clip indispensável: "Somente o Necessário", estrelando Baloo e Mogli (1967).
8 de fev. de 2008
Como vai acabar?
Vote no melhor final e, se quiser, dê outras sugestões para terminar o miniconto do Aguão.
Final 1
Tudo caminhava bem na vidinha do dragão. Nos últimos tempos, Aguão tinha crescido muito e estava ainda mais azul. Reluzente. É verdade que, às vezes, ele se sentia meio solitário e tal -- afinal, era o único dragão das redondezas. Mas não chegava a ficar triste por causa disso, porque logo lembrava de como tinha sido humilhado e destratado por seus pares.
Num dia igual a tantos outros, enquanto se prepara para dar uma chuveirada em alguma árvore ressequida, Aguão começa a sentir um calor anormal. Transpira e se abana, estranhando uma mudança de clima tão brusca -- qual seria o motivo daquela onda inesperada de ar quente? E quando se vira para se refrescar com uma auto-chuveirada, Aguão "vê" a resposta surgindo lá longe. Algo parecido com "dragões" -- sim, vários deles! -- movia-se lentamente em sua direção. Atônito e sem saber o que fazer, Aguão empalidece (melhor dizer: "arroxeia", que é um tom mais próximo do azul-pálido) e se pergunta se aquela comitiva estaria à sua procura. Resolve ficar ali mesmo, esperando, travado, agoniado e suado, até porque a temperatura continua a subir à medida em que a turma vai se aproximando... Finalmente, estão todos lá, bem na sua frente. Uns vinte dragões. Trinta, talvez, e chefiados por um grandão, que comandava a turma com claros sinais de fumaça. Antes mesmo de se apresentar, o tal grandão saúda Aguão e começa a explicar o motivo da expedição: a aldeia dos dragões estava correndo grande perigo por causa de uma criatura rebelde e desorientada -- um caso perdido, segundo o grandão -- que tinha resolvido botar pra queimar. O motivo? Ninguém sabia ao certo. Talvez o tipo quisesse apenas chamar a atenção. Mas a questão é que havia exagerado, provocando um incêndio de incríveis proporções. Agora, as chamas tinham se espalhado pela mata para desespero geral. Parecia tudo fora de controle quando Dona Labareda lamentou a ausência do filho e de seus (agora) tão necessários jatos d'água. Sim, Aguão. Ele mesmo. Ele era a única esperança de salvar a floresta! Aquela comitiva oficial estava ali pedindo, melhor dizendo, implorando que ele voltasse. O dragão fica confuso, mas visivelmente emocionado. Controla as lágrimas, mas não consegue impedir que sua pele azul assuma uma tonalidade fosforescente que só aparece em momentos de profunda felicidade. Nesse ponto, o texto pode descrever detalhadamente a emoção de Aguão, com flashbacks de seus piores e melhores momentos etc. No final, Aguão retorna e é recebido como salvador da pátria. Depois de dois dias e duas noites despejando água por toda a parte, o fogo cede e Aguão é aclamado como herói. Seus irmãos se desculpam pelos insultos, e pai, o esquentado senhor Flamejante, abre as asas para abraçar o filho renegado e, sob o olhar caloroso da mãe, Aguão topa voltar a viver na caverna da familia.
Final 2
A história segue idêntica até a momento em que Aguão fica confuso e emocionado com a proposta-súplica da turma. Sim, ele tem vontade de chorar, mas é de raiva. Aquele pessoal tinha que aparecer bem agora? Depois de ter passado tanto tempo chateado, sem prumo nem rumo, o dragão havia finalmente se ajeitado: estava empregado e ganhando pra lá de bem como molhador de tobogã no novo parque aquático. Estava fazendo o maior sucesso e inclusive havia sido convidado para ensinar detalhes da sua técnica (controle de ritmo, intensidade e temperatura de jatos d´agua) num curso de imersão para principiantes. Aguão explica a situação, diz que não se trata de vingança, nada disso, mas, enfim, não pode largar o emprego assim de uma hora para outra. Arrisca dizer que, talvez, fosse o caso da aldeia toda se transferir pra outro canto. Ou simplesmente esperar, cada qual em sua caverna, que o fogo cessasse naturalmente. Antes de encerrar o encontro, Aguão diz para o grandão da turma que não guarda mágoas e ainda manda beijos para a família.
Final 3
No ponto em que a história foi interrompida, caberia, talvez, um final tipo patinho- feio-que-vira-cisne -- no caso, "o dragão azulado que gosta de água poderia descobrir que é um ancestral dos golfinhos" ou de qualquer outra turma, onde seria aceito, reconhecido e blablablá. Mas, além de forçado, esse final não seria nada original. Nesta terceira versão, Aguão continua sendo diferente, mas é, sem dúvida, um dragão. Apesar disso, não é solitário nem se sente rejeitado. Pelo contrário, é querido por todos e obtém enorme sucesso na carreira que abraçou, seguindo a vocação nata: como bombeiro, Aguão é chamado a todo instante para combater pequenos e grandes incêndios e vira um herói da floresta, uma verdadeira lenda.
(ST)
Final 1
Tudo caminhava bem na vidinha do dragão. Nos últimos tempos, Aguão tinha crescido muito e estava ainda mais azul. Reluzente. É verdade que, às vezes, ele se sentia meio solitário e tal -- afinal, era o único dragão das redondezas. Mas não chegava a ficar triste por causa disso, porque logo lembrava de como tinha sido humilhado e destratado por seus pares.
Num dia igual a tantos outros, enquanto se prepara para dar uma chuveirada em alguma árvore ressequida, Aguão começa a sentir um calor anormal. Transpira e se abana, estranhando uma mudança de clima tão brusca -- qual seria o motivo daquela onda inesperada de ar quente? E quando se vira para se refrescar com uma auto-chuveirada, Aguão "vê" a resposta surgindo lá longe. Algo parecido com "dragões" -- sim, vários deles! -- movia-se lentamente em sua direção. Atônito e sem saber o que fazer, Aguão empalidece (melhor dizer: "arroxeia", que é um tom mais próximo do azul-pálido) e se pergunta se aquela comitiva estaria à sua procura. Resolve ficar ali mesmo, esperando, travado, agoniado e suado, até porque a temperatura continua a subir à medida em que a turma vai se aproximando... Finalmente, estão todos lá, bem na sua frente. Uns vinte dragões. Trinta, talvez, e chefiados por um grandão, que comandava a turma com claros sinais de fumaça. Antes mesmo de se apresentar, o tal grandão saúda Aguão e começa a explicar o motivo da expedição: a aldeia dos dragões estava correndo grande perigo por causa de uma criatura rebelde e desorientada -- um caso perdido, segundo o grandão -- que tinha resolvido botar pra queimar. O motivo? Ninguém sabia ao certo. Talvez o tipo quisesse apenas chamar a atenção. Mas a questão é que havia exagerado, provocando um incêndio de incríveis proporções. Agora, as chamas tinham se espalhado pela mata para desespero geral. Parecia tudo fora de controle quando Dona Labareda lamentou a ausência do filho e de seus (agora) tão necessários jatos d'água. Sim, Aguão. Ele mesmo. Ele era a única esperança de salvar a floresta! Aquela comitiva oficial estava ali pedindo, melhor dizendo, implorando que ele voltasse. O dragão fica confuso, mas visivelmente emocionado. Controla as lágrimas, mas não consegue impedir que sua pele azul assuma uma tonalidade fosforescente que só aparece em momentos de profunda felicidade. Nesse ponto, o texto pode descrever detalhadamente a emoção de Aguão, com flashbacks de seus piores e melhores momentos etc. No final, Aguão retorna e é recebido como salvador da pátria. Depois de dois dias e duas noites despejando água por toda a parte, o fogo cede e Aguão é aclamado como herói. Seus irmãos se desculpam pelos insultos, e pai, o esquentado senhor Flamejante, abre as asas para abraçar o filho renegado e, sob o olhar caloroso da mãe, Aguão topa voltar a viver na caverna da familia.
Final 2
A história segue idêntica até a momento em que Aguão fica confuso e emocionado com a proposta-súplica da turma. Sim, ele tem vontade de chorar, mas é de raiva. Aquele pessoal tinha que aparecer bem agora? Depois de ter passado tanto tempo chateado, sem prumo nem rumo, o dragão havia finalmente se ajeitado: estava empregado e ganhando pra lá de bem como molhador de tobogã no novo parque aquático. Estava fazendo o maior sucesso e inclusive havia sido convidado para ensinar detalhes da sua técnica (controle de ritmo, intensidade e temperatura de jatos d´agua) num curso de imersão para principiantes. Aguão explica a situação, diz que não se trata de vingança, nada disso, mas, enfim, não pode largar o emprego assim de uma hora para outra. Arrisca dizer que, talvez, fosse o caso da aldeia toda se transferir pra outro canto. Ou simplesmente esperar, cada qual em sua caverna, que o fogo cessasse naturalmente. Antes de encerrar o encontro, Aguão diz para o grandão da turma que não guarda mágoas e ainda manda beijos para a família.
Final 3
No ponto em que a história foi interrompida, caberia, talvez, um final tipo patinho- feio-que-vira-cisne -- no caso, "o dragão azulado que gosta de água poderia descobrir que é um ancestral dos golfinhos" ou de qualquer outra turma, onde seria aceito, reconhecido e blablablá. Mas, além de forçado, esse final não seria nada original. Nesta terceira versão, Aguão continua sendo diferente, mas é, sem dúvida, um dragão. Apesar disso, não é solitário nem se sente rejeitado. Pelo contrário, é querido por todos e obtém enorme sucesso na carreira que abraçou, seguindo a vocação nata: como bombeiro, Aguão é chamado a todo instante para combater pequenos e grandes incêndios e vira um herói da floresta, uma verdadeira lenda.
(ST)
7 de fev. de 2008
Em clima de "volta às aulas"
5 de fev. de 2008
Mãos à obra
No próximo dia 16, Tereza Yamashita e Luis Bras autografam seu novo romance infantil, "A Poção da Vida", a partir das 15h, na Livraria da Vila da Fradique Coutinho. Na mesma tarde, Tereza comanda uma oficina infantil de origami -- "A Magia da Dobradura" --, o que me fez lembrar dessa linda animação sobre a arte japonesa de dobrar o papel:
(ST)
(ST)
3 de fev. de 2008
Bons motivos para capturar o vento
Premiado com o Emmy 2007, o filme publicitário da General Electric mistura ecologia com poesia.
(ST)
2 de fev. de 2008
Aguão e Smurfs: tudo azul
Continuo pensando no problema do Aguão, personagem do miniconto inacabado e publicado aqui, há poucos dias. Mas, por conta disso, acabei lembrando de outros personagens que, como meu dragãozinho, também são azuis e moram na floresta, só que em casinhas-cogumelos.
Les Schtroumpfs, ou "Os Smurfs", como ficaram conhecidos por aqui, fizeram sucesso nos anos 80, e, este ano, estão comemorando 50 anos de vida. Os simpáticos duendes nasceram em 1958, na prancheta do belga Pierre Culliford, conhecido como Peyo, e de lá pularam para o resto do mundo com os desenhos animados de Hanna Barbera.
O meio-século dos Smurfs vai ser supercomemorado na sua terra natal -- além do lançamento do livro "Les Schtroumpfs et le livre que dit tout ("Os Smurfs e o livro que diz tudo", em tradução livre) e de uma coleção de livros de bolso, os duendes vão ficar em cartaz de maio a novembro, numa exposição organizada pelo Centro Belga de História em Quadrinhos. Importantíssimos por lá, os pequenos azuis também estampam uma série especial de selos lançada pelos correios belgas.
(Silvana Tavano)

O meio-século dos Smurfs vai ser supercomemorado na sua terra natal -- além do lançamento do livro "Les Schtroumpfs et le livre que dit tout ("Os Smurfs e o livro que diz tudo", em tradução livre) e de uma coleção de livros de bolso, os duendes vão ficar em cartaz de maio a novembro, numa exposição organizada pelo Centro Belga de História em Quadrinhos. Importantíssimos por lá, os pequenos azuis também estampam uma série especial de selos lançada pelos correios belgas.
(Silvana Tavano)
1 de fev. de 2008
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