Com prazo apertado pra entregar um trabalho (interminável!), ando sem tempo de andar de bicicleta... Então publico mais um exercício do curso da
Noemi Jaffe -- a proposta: recriar uma fábula de La Fontaine com um toque de humor e ironia. E assim ficou a minha versão de "A Cigarra e a Formiga":
Chateada com o final da história da sua cunhada, a cigarra resolveu imitar a formiga. Nesse verão, trabalharia incansavelmente. Bem, talvez nem tanto assim... Mas estava decidida a não aceitar os convites da turma pras farras e cantorias de sempre.
Quem disse que não dá pra trabalhar cantando? E foi assim que a jovem cigarra encarou o batente, cantando com energia e vibração do raiar do dia ao pôr do sol, lotando seu freezer pro inverno.
Depois de alguns dias, porém, a cigarra se deu conta de que ainda não tinha cruzado com a formiga.
Ué... Será que estou perdendo alguma coisa?. E estava mesmo. Curiosa, foi atrás de notícias e então ficou sabendo que as formigas andavam virando noite na balada funk.
Como assim? Aquelas cdfs?!? Não é possível! Atônita, a cigarra ficou mudinha enquanto a amiga ia explicando:
-- As danadas inventaram a coreografia do passa-passa-folhinha!
-- Hã?!?
-- É! Uma dança genial, virou febre, todo mundo entrou nessa! Elas estão faturando a valer. Este ano vão passar um inverno num chalé dez estrelas, com lareira e tudo!
Nesse dia, a pobre cigarrinha trabalhou sem cantar. Como é que ela não tinha tido uma ideia dessas antes?
Moral da história: quem só canta, às vezes dança...
(ST)